Conhecemo-nos quando eu tinha apenas quatorze anos
e ele quinze. Não posso dizer que foi amor à primeira vista, mas eu sei que
algo de especial aconteceu no momento em que o vi pela primeira vez. Ele não
era uma pessoa de muitos amigos e as minhas amigas não gostavam muito dele para
dizer a verdade, mas eu me apaixonei por aquele menino teimoso e briguento que
eu achava tão lindo.
Foi difícil conquistá-lo, pois logo depois que nos
conhecemos ele começou a namorar outra garota e eu tinha que ver os dois juntos
e fingir uma felicidade que eu estava longe de sentir para que ele não
percebesse os meus sentimentos e se afastasse de mim.
Logo, o namoro não deu certo e eu tive a chance de
amar e de me deixar amar pelo homem que eu queria para mim.
Não se pode colocar em palavras a alegria que me
invadiu quando ele finalmente me pediu em namoro. Éramos jovens e
despreocupados, vivendo toda a magia e sedução do primeiro amor. Ele era
romântico, carinhoso, desses que trazem flores, ou sempre surpreende com um
carinho ou um beijo roubado.
Porém esta felicidade que partilhávamos se viu
ameaçada quando a minha família se declarou contra o nosso namoro. Não me
deixei intimidar, eu queria a ele somente, e quanto mais sofria represarias
mais nos uníamos, mais o nosso amor se fortalecia.
Às vezes eu percebia que meus pais estavam tristes
comigo e ficava triste também, mas eu o amava como poderia deixá-lo?
Às vezes brigávamos e nos separávamos por um
tempo, mas não conseguíamos ficar muito tempo longe um do outro, e com toda
esta dificuldade os anos foram se passando.
Depois de três anos que havíamos nos conhecido,
num dia 12 de junho, dia dos namorados, nós participamos de um sarau e
representamos uma peça contando a nossa historia, que com todas as dificuldades
nós continuávamos juntos e no final ele declamou comigo o Soneto de fidelidade
de Vinícius de Moraes e disse que me amava... Ali naquele palco com centenas de
pessoas nos assistindo... Eu chorei ao olhar para ele e dizer que também o
amava muito. Foi o dia mais feliz e marcante que me recordo, mas toda esta
felicidade estava chegando ao fim.
Um dia discutindo como um casal qualquer, nem me
lembro do motivo, ele me confessou que já havia me traído.
O meu mundo desabou e toda a minha luta para ficarmos
juntos de repente não tinha mais sentido para mim. Tudo o que eu vivera com ele
parecia de repente uma grande mentira. Eu ainda tentei perdoar e continuar com
o nosso namoro, mas a única coisa que fiz foi adiar o inevitável...
O fim.
Eu perdi bruscamente não só o homem que eu amava,
mas meu único amigo de verdade, a pessoa que eu mais confiava por quem eu lutei
para ter o direito de amar. Quase não aguentei a tristeza... E para completar,
depois de cinco meses ele foi estudar em outro país e eu nem tive a chance de
olhar em seus olhos mais uma vez e dizer que eu sempre o amaria.
Faz três anos que ele foi embora. Eu continuei a
minha vida como pude. Juntei os pedaços do meu coração e formei novos sonhos
pra mim.
Sei que preciso deixar o que aconteceu no passado,
mas não posso ficar sem noticias dele e por isso ainda mantemos contato. Ainda
hoje o meu coração chama por ele, mas eu sei que nada mais é possível entre
nós... Sei que este amor precisa morrer, mas eu não tenho forças para matá-lo...
As lembranças são o meu maior tesouro deste, que hoje é apenas...
Um amor para recordar!
Evellyn
Oliveira 5ªH
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