20 de maio de 2012

EU AMO TODOS VOCÊS



  Dois irmãozinhos brincavam em frente de casa, jogavam bolinhas de gude, quando Júlio disse ao seu irmão mais velho:
- Meu querido irmão, eu te amo muito e nunca quero me separar de você!
Ricardo sem dar muita importância  ao que Júlio disse, pergunta:
  - O que deu em você moleque? Que conversa besta é essa de amar? Quer ficar quieto e continuar jogando. E os dois continuaram jogando a tarde inteira até anoitecer.
    À noite o senhor Jacó, pai dos garotos chegou do trabalho, estava exausto e muito mal humorado, pois não havia conseguido fechar um negócio importante.
   Ao entrar Jacó olhou para Júlio que sorriu para o pai e disse:
- Olá papai, eu te amo muito e não quero nunca me separar do senhor!
Jacó no seu mau humor e stress retrucou:
- Júlio, estou exausto e nervoso, então, por favor, não me venha com besteiras!
   Com as palavras grossas do pai, Júlio ficou magoado e foi chorar no cantinho do quarto.
   Dona Joana, mãe dos garotos sentindo a falta do filho foi procura-lo pela casa, até que o encontrou no cantinho do quarto com os olhinhos cheios de lágrimas.
   Dona Joana espantada começou a enxugar as lágrimas do filho e perguntou:
 - O que foi filho, porque você está chorando?
Ele olhou para sua mãe, com uma expressão triste e lhe disse:
 - Mamãe, eu te amo muito e não quero nunca me separar da senhora!
  Ela sorriu para o filho e respondeu:
- Meu amado filho ficaremos sempre juntos!
 Júlio sorriu, deu um beijo na sua mãe e foi se deitar. Na manhã seguinte todos se levantaram cedo, o senhor Jacó iria trabalhar e a Dona Joana levaria as crianças para a escola, mas Júlio não se levantou. Então o senhor Jacó que já estava irritado, entra bufando no quarto do garoto e grita:
- Levanta moleque!
  Ele nem se mexeu, quando Jacó percebeu que Júlio estava de olhos fechados e pálido.
 Jacó assustado colocou a mão sobre o rosto do filho e notou que ele estava gelado.
 Desesperado Jacó gritou chamando a esposa e o filho Ricardo para ver o que havia acontecido. Júlio tinha morrido, Dona Joana desesperada abraçou o filho morto e não conseguia nem respirar de tanto chorar.
 Ricardo sem acreditar no que estava vendo segurou firme a mão do irmão e começou a chorar também. Jacó em desespero soluçando e com os olhos cheios de lágrimas, percebeu que havia um papelzinho dobrado nas pequenas mãos de Júlio.
  Ele então pegou o pequeno pedaço de papel e havia algo escrito com a letra de Júlio.
  Outra noite Deus veio-me falar que teríamos que nos separar.
Eu não queria isso, mas Deus me explicou que teria que acontecer. Gostaria que ficasse claro apenas uma coisa: Ricardo, não se envergonhe de amar seu irmão.    Mamãe, a senhora é a melhor mãe do mundo. Papai, o senhor de tanto trabalhar se esqueceu de viver. Eu amo todos vocês!

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